Sidônio convoca reunião de emergência após escândalo no INSS

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Fraude de R$ 6,3 bilhões no governo Lula leva a debate urgente sobre providências e controle interno

Da Redação

O Secretário de Comunicação Social da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira, coordenou uma reunião de emergência na manhã desta quinta-feira (24) com ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir as medidas em resposta à fraude de R$ 6,3 bilhões no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) na quarta-feira (23), revelou descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões, levando ao afastamento do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e de outros cinco servidores.

A reunião, realizada no Palácio do Planalto, contou com a participação dos ministros da Justiça, Ricardo Lewandowski, da Previdência Social, Carlos Lupi, e da CGU, Vinícius de Carvalho, além de assessores próximos de Lula. O encontro foi convocado após o presidente expressar “grande preocupação” com o caso, que envolve entidades como o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), onde José Ferreira da Silva, irmão de Lula, é vice-presidente. Palmeira, que assumiu a Secom em 2024 após a saída de Paulo Pimenta, buscou alinhar a comunicação do governo e definir estratégias para conter a crise política desencadeada pelo escândalo.

Lewandowski informou que Lula foi alertado sobre a operação nas primeiras horas de quarta-feira pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e exigiu providências imediatas, culminando na demissão de Stefanutto, indicado por Lupi. A CGU apontou que os descontos irregulares, iniciados em 2019 e mantidos até 2024, atingiram 6 milhões de beneficiários, com 76,9% das cobranças do Sindnapi sem autorização. O governo anunciou que usará bens apreendidos, como carros de luxo e US$ 200 mil em espécie, para ressarcir as vítimas, com possibilidade de aporte de recursos públicos, se necessário.

A reunião também abordou críticas internas ao Ministério da Previdência, com Lupi sob pressão por falhas de fiscalização. O ministro admitiu que a indicação de Stefanutto foi de sua “inteira responsabilidade”, enquanto opositores, como o PL, classificam o caso como “mais um escândalo” do governo Lula. Palmeira orientou os ministros a reforçar a narrativa de colaboração com a PF e a CGU, destacando que a operação reflete o compromisso do governo com a transparência, apesar de o esquema ter começado no governo anterior.

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