Deputados do PT, PSOL e PSB no Congresso e na CLDF evitam comentar CPI do Roubo dos Aposentados, que investiga descontos indevidos de bilhões de reais
Políticos de partidos de esquerda do Distrito Federal, tanto no Congresso Nacional quanto na Câmara Legislativa (CLDF), não se manifestaram publicamente sobre o escândalo de fraudes no INSS, conhecido como “Roubo dos Aposentados”, que envolve descontos indevidos de R$ 6,3 bilhões em benefícios de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. A ausência de comentários de deputados federais e distritais do PT, PSOL e PSB, que compõem a base de apoio do governo Lula no DF, foi destacada pela oposição como uma tentativa de blindar aliados.
O requerimento para a criação da CPI do Roubo dos Aposentados, protocolado em 30 de abril pelo deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), obteve 185 assinaturas, mas nenhuma de parlamentares do PT, conforme afirmou o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), em 2 de maio. A investigação, apoiada por PL, União Brasil, Republicanos, MDB e PP, apura cobranças irregulares por sindicatos e associações, reveladas pelo Metrópoles e investigadas pela Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU). No DF, deputados federais como Erika Kokay (PT) e distritais como Fábio Felix (PSOL) não emitiram posicionamentos oficiais até o fechamento desta matéria.
Cavalcante acusou o PT de evitar a CPI devido a supostas ligações de sindicatos esquerdistas com o esquema, sem apresentar provas. Em resposta, deputados petistas, como Vander Loubet (MS), argumentaram que a investigação da PF é suficiente e classificaram a CPI como uma manobra política da oposição.
No DF, a bancada do PT na CLDF, que inclui Chico Vigilante, também não se pronunciou, enquanto o PSOL local focou em pautas sociais, como a defesa de direitos indígenas, sem abordar o caso.
Os pré-candidatos de esquerda ao GDF para as eleições de 2026, o carioca-maranhense Ricardo Cappelli (PSB), Leandro Grass (PV) e Erika Kokay (PT), não emitiram declarações públicas sobre o escândalo de fraudes no INSS, conhecido como “Roubo dos Aposentados”.
O escândalo culminou na substituição do ministro da Previdência, Carlos Lupi, por Wolney Queiroz (PDT-PE) em 2 de maio, após pressão da oposição. O PDT, que rompeu com o governo na Câmara, mas manteve apoio no Senado, também não teve manifestações de seus representantes no DF, como a senadora Leila Barros. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ainda não confirmou a instalação da CPI.