Por Ricardo Callado
O governador Rodrigo Rollemberg mostrou-se bastante confiante em entrevista ao Correio Braziliense. Aposta que a solução para a crise financeira do Governo do Distrito Federal será resolvida pela União. E também com ajuda da Câmara Legislativa.
A transferência de responsabilidade pretendida pelo governador pode até ser uma saída para o Buriti. Mas a Dilma tem os problemas delas. E na Câmara falta uma base consolidada.
Entre as ideias, Rollemberg pretende transformar a Terracap em uma imobiliária nacional para vender terrenos do Governo Federal. Assim, a empresa ganharia uma comissão em cima das transações.
O governador também está interessado no projeto que permite utilizar os depósitos judiciais para pagamento de precatórios para outros fins. Dilma está disposta a sancionar. Mas alguns governadores, especialmente os da Bahia e da Paraíba, fizeram leis estaduais mais abrangentes. Uma decisão será tomara até 5 de agosto.
O governador também espera a análise pela equipe técnica da Secretaria do Tesouro sobre a diferença que o DF tem direito no Fundo Constitucional. O valor corrigido chega a R$ 1 bilhão e 300 milhões. O problema é que o Governo Federal não tem capacidade de pagar. Dilma está com dificuldades de fazer 0,15% de superávit primário.
Esse conjunto resolveria os problemas do Buriti. O GDF chegaria ao fim do ano com tranquilidade, pagando salário, fornecedor, prestador de serviço, as despesas de 2015 equilibradas. Mas a engenharia para isso acontecer é difícil.
Mas nem só de União vive a esperança de Rollemberg. Ele joga para a Câmara Legislativa a responsabilidade de aumentar mais imposto. Entre eles, a correção do valor venal do IPTU. Ele já enviou e retirou o projeto devido ao desgaste político. Os deputados não está a vontade de rachar essa conta com o governador. E Rollemberg é enfático: “Aumento do IPTU, em algum momento, a gente quer voltar”
Rollemberg espera que a relação com a Câmara Legislativa nesse semestre seja mais tranquila. Mesmo com assessores informais agredindo verbalmente os parlamentares. Mesmo com um relacionamento ruim, o governador afirma que os primeiros seis meses foram produtivos. E cita medidas importantes aprovadas que terão impacto no ano que vem. Entre elas, o Refis e a securitização.
Se a transferência de responsabilidade der certo, o governo do Distrito Federal pode sair da crise. Mas o governador sairá enfraquecido do processo. Caso contrário, o Executivo pode ser preparar para atrasar os salários dos servidores públicos a partir de outubro. E o desgaste será ainda maior.
Não por acaso, o governador cita o exemplo do Rio Grande Sul, onde o problema já vem acontecendo. O discurso é o de que a crise não é só aqui.