Oposição protocola comissão para investigar fraudes de R$ 6,3 bilhões no INSS, mas ausência de apoio petista gera críticas e acusações de blindagem
Da Redação
O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), declarou neste fim de semana que nenhum parlamentar do Partido dos Trabalhadores (PT) assinou o requerimento para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões do INSS, apelidada de “CPI do Roubo dos Aposentados”.
O requerimento, protocolado em 30 de abril pelo deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), reuniu 185 assinaturas, superando as 171 necessárias, com apoio majoritário de partidos de centro-direita, como PL, União Brasil, Republicanos, MDB e PP.
A CPI visa apurar um esquema de fraudes estimado em R$ 6,3 bilhões, entre 2019 e 2024, envolvendo cobranças indevidas por sindicatos e associações, revelado por reportagens do Metrópoles e investigado pela Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU).
Cavalcante acusou a bancada petista de evitar a comissão por suposta ligação de sindicatos esquerdistas ao esquema, afirmando que “quem lucrou com o roubo” seriam entidades próximas ao PT. A oposição também cobra o afastamento do ministro da Previdência, Carlos Lupi, substituído por Wolney Queiroz (PDT-PE) em 2 de maio, em meio à crise.
Deputados petistas, como Vander Loubet e Camila Jara (MS), defenderam que a investigação da PF é suficiente e classificaram a CPI como uma tentativa da oposição de politizar o caso. O requerimento aguarda análise do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que destacou a existência de uma fila de 13 pedidos de CPIs, com apenas cinco podendo funcionar simultaneamente. Motta não confirmou a instalação, mas a oposição articula uma comissão mista com senadores como plano alternativo.