Em discurso durante inauguração, Ibaneis reforça críticas a proposta do Governo Federal que pode cortar recursos do DF
Na manhã desta quarta-feira (18), o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), voltou a defender veementemente o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), lançando críticas diretas ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Durante a inauguração das novas sedes do Instituto de Medicina Legal (IML) e do Instituto de Pesquisa de DNA Forense (IPDNA) da Polícia Civil do DF, Ibaneis expressou sua preocupação com as intenções do governo federal.
“O ministro Haddad não vê o que está acontecendo em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Nordeste. Ele quer que no DF a gente também tenha uma polícia desaparelhada,” disse Ibaneis, atacando a proposta do governo de alterar a correção do FCDF de acordo com o IPCA, em vez da variação da Receita Corrente Líquida (RCL).
“Dessa vez, o ataque ao nosso Fundo Constitucional tem endereço certo, é a turma do PT que não gosta dessa cidade e tem ódio do DF,” completou, destacando a importância do fundo para a segurança pública.
O governador elogiou a atuação da bancada federal do DF e da vice-governadora Celina Leão (PP) na articulação contra a medida. “Tenho muito orgulho da nossa bancada federal que tem trabalhado em prol do FCDF,” afirmou, ressaltando a necessidade de união para manter a qualidade da segurança na capital. A votação do Projeto de Lei 4614/2024, que inclui a alteração no cálculo do FCDF, está prevista para a tarde desta quarta-feira na Câmara dos Deputados.
A mudança proposta pelo governo implicaria em uma redução anual de mais de R$ 800 milhões para o DF, com um impacto estimado de R$ 12 bilhões em 15 anos. “Nós temos que mostrar para eles [PT e Haddad] que não vamos deixar a capital da República se tornar as favelas do Rio de Janeiro,” frisou Ibaneis, enfatizando a necessidade de manter o crime organizado longe de Brasília.
O projeto foi proposto pelo líder do governo na Câmara, o petista José Guimarães (CE). Partidos como PSD, MDB, PL, União Brasil, Progressistas (PP) e PSDB já declararam oposição à mudança. Até mesmo os diretórios regionais do PT, PCdoB e PSB no DF, de forma mais reservada, manifestaram-se contra a proposta. O projeto está em regime de urgência, com a intenção de ser votado antes do recesso parlamentar, que começa em 20 de dezembro.
O debate sobre o FCDF reflete uma batalha política e econômica que vai além das questões orçamentárias, tocando diretamente na segurança e no bem-estar da população do Distrito Federal. A resistência de Ibaneis Rocha e de sua base política contra a proposta do governo federal demonstra a importância que o fundo tem para a manutenção da ordem e a qualidade dos serviços públicos na capital do país.
