Amapá, Bahia e Pernambuco lideram ranking de violência; oposição aponta relação com políticas de segurança do governo federal
Da Redação
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), baseado em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) de 2024, revela que os estados com as maiores taxas de homicídios por 100 mil habitantes no Brasil são governados por aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Amapá (47,8), Bahia (46,5) e Pernambuco (40,2) encabeçam a lista, seguidos por Alagoas (38,5), Ceará (35,4) e Sergipe (31,1), todos administrados por governadores de partidos da base aliada, como PT, PSB e Solidariedade. Dos 15 estados com maiores índices, 10 têm governadores alinhados ao Planalto.
O Amapá, governado por Clécio Luís (Solidariedade), ultrapassou a Bahia, de Jerônimo Rodrigues (PT), que liderava o ranking em 2023. Pernambuco, sob Raquel Lyra (PSDB), aparece como exceção, pois a governadora é aliada de Lula, apesar de seu partido ser oposição. Amazonas (36,7), Roraima (33,2), Maranhão (28,0) e Paraíba (26,9), também com governadores da base, completam o topo. A oposição, liderada por figuras como o ex-deputado Deltan Dallagnol (Podemos), critica a política de segurança do governo Lula, apontando decretos que dificultam o porte de armas para policiais como fator agravante.
O governo federal contesta a relação direta entre governadores aliados e violência, destacando que fatores como desigualdade social e crime organizado influenciam os índices. O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que investiu R$ 1,2 bilhão em 2024 no Fundo Nacional de Segurança Pública, com foco em estados do Nordeste, e que a taxa nacional de homicídios caiu 3,5% em 2024, para 22,1 por 100 mil habitantes. Críticos, porém, alegam que estados oposicionistas, como São Paulo (10,2) e Santa Catarina (11,8), apresentam índices bem menores, sugerindo maior eficácia em políticas locais de segurança.
A discussão ganhou força nas redes sociais, com acusações de que o governo Lula negligencia o combate ao crime. O Planalto não se pronunciou oficialmente sobre as críticas, mas aliados como o governador João Azevêdo (PSB-PB) defendem que a violência reflete problemas estruturais históricos, não apenas gestões atuais. O debate deve se intensificar com a aproximação das eleições de 2026.
