Endividamento tem leve alta e inadimplência recua no Distrito Federal

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Para o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, o cenário demonstra resiliência do consumidor da capital federal

O Distrito Federal registrou, em abril, um aumento no índice de famílias endividadas, embora tenha havido uma nova retração na inadimplência. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), conduzida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que apontou crescimento de 1,8% no número de endividados em relação a março, passando de 66,7% para 67,9% das famílias — o equivalente a mais 13.259 domicílios, totalizando 723.342.

Apesar da elevação no número de endividados, a proporção de famílias que não conseguirão quitar seus compromissos recuou de 18,6% para 18,1%, menor patamar desde junho de 2024. O índice de inadimplência no DF apresenta queda pelo quarto mês consecutivo, refletindo uma leve melhora na capacidade de pagamento dos consumidores. No mesmo sentido, a percepção de endividamento também caiu: apenas 12,7% dos entrevistados se consideram muito endividados, ante 18% no mesmo mês do ano anterior. Já o grupo que afirma não possuir dívidas nas modalidades pesquisadas subiu de 14,9% para 32,1%.

Para o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, o cenário demonstra resiliência do consumidor da capital federal. “O aumento no endividamento, quando acompanhado de queda na inadimplência, indica um consumo mais consciente e compatível com a recuperação gradual da renda e do emprego”, avaliou. Segundo ele, o dado positivo, contudo, convive com um alerta: “Embora o índice de inadimplência esteja em queda, permanece elevado, ainda na casa dos 40%, distante dos 29,4% registrados em abril do ano passado”.

No comparativo nacional, o DF apresenta taxa de endividamento 9,7 pontos percentuais inferior à média do Brasil. No entanto, registra 10,9 pontos acima na proporção de famílias com contas em atraso e 5,7 pontos acima no percentual de inadimplentes que afirmam não ter condições de pagamento. O contraste sugere possível represamento do consumo diante das dificuldades de acesso ao crédito e da manutenção de dívidas antigas.

Entre as modalidades de dívida, o cartão de crédito segue liderando, embora em queda: 70,3% das famílias o apontaram como principal dívida em abril, frente aos 80,8% no mesmo mês de 2024. Houve crescimento nas modalidades de crédito pessoal (de 6,9% para 12,7%), financiamento de veículos (de 9,1% para 11,8%) e de imóveis (de 9,1% para 11,4%).

O comprometimento médio da renda com dívidas no DF manteve-se praticamente estável (21,4% em abril de 2025 contra 21,5% em abril de 2024). Houve, porém, redução nos dias em atraso (de 69 para 65) e aumento no tempo comprometido com dívidas (de 28 para 32 dias), sinalizando um leve alongamento dos prazos. Ainda assim, o DF segue com um nível de comprometimento da renda 8,6 pontos percentuais abaixo da média nacional (30%).

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