Senadores e deputados federais da oposição articulam ação conjunta para responsabilizar ministro do STF por supostas ilegalidades reveladas em reportagem
Da Redação
A revelação de que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teria utilizado de forma não oficial a estrutura do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para produzir relatórios sobre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) provocou forte reação no Congresso Nacional na noite desta terça-feira (13). Em resposta, a oposição formou um grupo de senadores e deputados federais para apresentar um pedido coletivo de impeachment contra Moraes.
A iniciativa foi anunciada pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE) durante um pronunciamento no Senado. Segundo Girão, a reportagem da Folha de S.Paulo expõe uma série de ilegalidades cometidas pelo ministro, justificando a medida extrema. O grupo pretende coletar assinaturas suficientes para o pedido até o dia 7 de setembro.
Girão destacou que as ações de Moraes violariam o devido processo legal e o Estado democrático de direito, além de poder configurar crime de prevaricação. O senador também citou casos como a morte de Cleriston Pereira da Cunha, que faleceu na penitenciária da Papuda após ser preso por participar das manifestações de 8 de janeiro, e as prisões de Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, e Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro.
O senador concluiu seu discurso pedindo uma ação decisiva do Senado, a única instância capaz de julgar e interferir em questões envolvendo ministros do STF, enfatizando que as supostas arbitrariedades de Moraes comprometem a democracia no Brasil.