POR RAIMUNDO RIBEIRO
Pela primeira vez uso esse espaço para falar do meu clube de coração, fora de campo.
Faço isso com muita tristeza mas com um sentimento de revolta incontido ante o anúncio da possível venda de Luiz Henrique por 7 milhões de euros, o que gira em torno de 40/50 milhões de reais.
O pretexto é que o clube precisa de dinheiro para pagar dívidas com salários, etc.
Ora, esse pretexto, mesmo que seja meia verdade, é também meia mentira, pois foi usada para “justificar” a venda de Kennedy, Bolt, João Pedro, Pedro, Gerson, Marcos Paulo, Wendel, Evanilson, Metinho, Kayke e tantos outros.
Se vendidos por um preço correto, de mercado, o Fluminense não deveria mais nada a ninguém e, ao contrário estaria nadando em dinheiro.
Portanto, essa “justificativa”, ao invés de explicar o inexplicável só demonstra a necessidade urgente de uma auditoria das transações financeiras nos últimos 10 anos.
Adotada essa providência, certamente revelaria quem ficou rico e que talvez o único que empobreceu financeiramente foi o Fluminense.
A segunda questão é saber porque um jogador que cresce assustadoramente a cada jogo só vale 7 milhões! Ora, se avaliarmos pelo aspecto técnico, LH valeria no mínimo 40/50 milhões de euros, pois já é tecnicamente insuperável no Brasil, de uma velocidade impressionante e na idade preferida pelos europeus, pois ainda possui condições de dar retorno ao investidor por pelo menos 14 anos.
A terceira questão é a ingratidão dos “negociadores” do Fluminense, pois vendê-lo para uma equipe de pouca expressão do futebol espanhol é condená-lo a desaparecer do mundo do futebol, ainda mais num país em que a “grande mídia” (assim como tentam fazer no Brasil), só destaca e exalta exageradamente 1 clube.
É passada da hora dos sócios do Fluminense saírem dessa letargia (a torcida já saiu e está fazendo a sua parte) e tomar medidas concretas, pois a omissão não é mais apenas covardia, se constituindo numa cumplicidade com a dilapidação sistêmica e proposital do patrimônio de um clube que é a própria história do futebol brasileiro.
Por enquanto, em homenagem ao princípio da boa fé, entendo que esses negócios estranhos e nebulosos que envolvem o principal ativo do clube por preços notoriamente aviltantes se tratam apenas de incompetência dos gestores, e que uma auditoria revele os reais motivos, torcendo para que seja apenas incompetência mesmo.
O momento não permite mais o silêncio que grita nos nossos ouvidos.
O Fluminense não escreveu sua linda história apenas formando e vendendo seus jogadores. Não, o Fluminense é vencedor porque é berço de craques e quando surgem noutros lugares, vai lá e compra como fez com o Curió das laranjeiras, o Casal 20 e dom Romero.
É preciso coragem e amor ao Fluminense para ajudar a resgatar nossa vocação vencedora.
Não sei ainda como posso ajudar, mas precisamos de um líder que nos ajude a socorrer o Fluminense, diante desse caos que o clube se encontra.
Com a mesma disposição de quem já comprou títulos de uma tal oceânica para ajudar a pagar dívidas, de quem já se associou e cancelou a filiação por não suportar tanto descaso, de quem já comprou mais de 300 camisas e outros objetos para estimular netos, sobrinhos, filhos, etc., de quem não pode ver uma criança indecisa e corre para convencê-la a torcer pelo Fluminense presenteando-as com lembranças e camisas, estou me apresentando para ser mais um soldado a ajudar no resgate do nosso amado tricolor, clube tantas vezes campeão.
Apelo os amigos verdadeiramente tricolores para nos juntarmos, e juntos, ajudarmos a recolocar o Fluminense no seu verdadeiro lugar que é a galeria dos gigantes do futebol brasileiro.
Como diria Nelson Rodrigues, “todos são grandes, mas só o Fluminense é enorme”.
Saudações Tricolores
Bora Fluzão 🇭🇺🇭🇺🇭🇺
Raimundo Ribeiro
Apaixonado por futebol e, naturalmente Tricolor