Imunização é principal estratégia para combater doença grave, segundo Secretaria de Saúde
Brasília, 22 de abril de 2025 – O Distrito Federal registrou 333 casos suspeitos de meningite nos primeiros meses de 2024, sendo 92 confirmações da doença. Os dados, divulgados pelo Informativo Epidemiológico da Secretaria de Saúde (SES-DF), representam uma redução de 14% em comparação ao mesmo período de 2023, quando houve 254 notificações e 107 confirmações entre moradores da capital federal.
A tendência de queda acompanha o comportamento registrado nos últimos 15 anos, segundo a pasta, refletindo uma diminuição constante tanto nos casos quanto na letalidade da doença. Em 2024, 52% das infecções confirmadas foram causadas por bactérias, 30% por vírus, 7% por outras causas (como fungos), e em 11% dos casos não foi possível identificar o agente responsável.
O avanço na cobertura vacinal é apontado como um dos principais fatores para o controle da meningite. Até agora, foram aplicadas 30,9 mil doses da vacina neste ano, contra 30,3 mil em 2023 — um crescimento de 1,78%. A cobertura, que era de 86% em 2023, subiu para 95,3% em 2024.
A médica Anna Paula Bise Viegas, da Gerência de Vigilância de Doenças Imunopreveníveis da SES-DF, destaca o papel crucial da imunização. “A meningite é uma enfermidade grave, com risco de sequelas e potencialmente fatal. Boa parte da diminuição no número de casos que vemos hoje se deve às vacinas”, explicou.
Panorama nacional
Entre 2010 e 2024, mais de 356 mil casos suspeitos de meningite foram notificados no Brasil, sendo 234 mil confirmados, conforme o Ministério da Saúde. A transmissão acontece principalmente por gotículas e secreções do nariz e da garganta, como saliva, espirros e tosse.
Sinais de alerta e tratamento

Os principais sintomas da meningite incluem febre alta, dor de cabeça intensa, vômitos, rigidez na nuca, além de confusão mental, sensibilidade à luz, convulsões e erupções na pele. Em bebês e crianças pequenas, também são comuns sonolência excessiva e choro persistente.
O tratamento varia conforme a origem da infecção. Casos bacterianos exigem uso imediato de antibióticos, enquanto os virais geralmente são tratados com medidas de suporte. A prevenção por meio da vacinação continua sendo a abordagem mais eficaz.
Imunização e acesso
A vacina contra a meningite C está no calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI) desde 2010. Desde 2020, adolescentes de 11 a 14 anos recebem a meningocócica ACWY, com distribuição gratuita nas salas de vacinação das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do DF.