Candidatura à presidência em 2026 e confrontos com aliados e opositores colocam em cheque unidade partidária
Às vésperas das eleições para os novos presidentes da Câmara e do Senado, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), tem causado um significativo desconforto dentro de seu próprio partido. Caiado, que confirmou ao final de 2024 sua intenção de disputar a presidência da República em 2026 pelo União Brasil, está no centro de uma série de controvérsias que têm reverberado no comando da legenda.
“Quer ser presidente, mas briga com todo mundo?”, questiona um interlocutor do União Brasil, refletindo o sentimento de parte da cúpula partidária. O partido, que antes da reforma ministerial de Lula ocupa três ministérios no governo federal, vê-se em uma posição delicada devido aos conflitos liderados por Caiado.
Os embates de Caiado não se restringem a um único espectro político. Ele tem tido desavenças tanto com o governo petista de Luiz Inácio Lula da Silva quanto com figuras de oposição como Jair Bolsonaro. Este último confronto, em particular, tem sido notado por afastar potenciais eleitores que poderiam apoiar uma candidatura de direita ou centro-direita.
A situação se agrava pelo fato de o União Brasil estar posicionado como um partido de centro, com uma base diversificada que inclui tanto ministros no governo Lula quanto figuras mais conservadoras. A postura de Caiado, segundo alguns membros do partido, pode prejudicar a coesão interna e a estratégia eleitoral para 2026, onde a legenda busca manter ou ampliar seu espaço no cenário nacional.
A candidatura de Caiado à presidência em 2026, portanto, enfrenta não apenas a tarefa de aglutinar apoio popular mas também de pacificar e unir as diferentes correntes dentro do União Brasil. A habilidade de navegar por esses conflitos será importante não só para sua campanha presidencial mas também para a manutenção da influência do partido em um cenário político cada vez mais fragmentado.