Por Luciano Lima
O que a primeira-dama do Brasil, Rosângela Lula da Silva, a Janja, e o braço direito do recém eleito presidente da Argentina, Karina Milei, têm em comum? Eu digo: de ilustres desconhecidas à ascensão meteórica ao poder.
JANJA é socióloga formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), e tem especialização em história e MBA em gestão social e sustentabilidade pela Universidade Positivo. KARINA MILEI é formada em Relações Públicas pela Universidade Argentina de la Empresa (UADE). Também se dedicou muito à arte, uma de suas paixões, e aos seus negócios (teve uma oficina de conserto de pneus e uma confeitaria).
Hoje, JANJA e KARINA MILEI são vítimas do preconceito e de julgamentos pejorativos que, algumas vezes, beiram a maldade. Ambas podem e devem ser criticadas por atitudes, comportamentos e opiniões, desde que suas integridades pessoais não sejam atingidas. A retórica crítica é sempre saudável e democrática.
Janja inclusive tem sido constantemente defendida por veículos de comunicação, como o Grupo Globo, de ataques nas redes sociais, alguns, tenho que admitir, nada razoáveis.
Mas quero aqui reverberar uma manchete sobre Karina Milei que foi publicada pelo “O GLOBO”, no dia dia 20 de novembro de 2023: “Magra, pequena, loira tingida, muitos na Argentina a consideram o cérebro cinzento por trás da trajetória meteórica do novo presidente eleito”. A matéria foi publicada pelo jornal “EL PAÍS” e compartilhada pelo veículo de comunicação brasileiro, que tanto defende as mulheres, sem tirar nenhuma vírgula. Se “O GLOBO” publicou é porque concordou com o que foi dito pelo veículo de comunicação espanhol. E olha que Karina Milei não teve ainda nem a oportunidade de mostrar se é competente ou não.
Faço essa publicação só para provar e comprovar que a defesa de bandeiras é apenas conveniência. Não há, na verdade, nenhum interesse em defender os direitos dos pretos, gordos, favelados, população carcerária, homossexuais, enfim. O que há é uma imensa hipocrisia, uma retórica ideológica de quinta categoria e uma vontade em exacerbar os conflitos e dividir mais ainda o Brasil e os brasileiros.
Se “O GLOBO” realmente defendesse as mulheres, jamais teria se permitido publicar uma manchete tão covarde, maldosa, desnecessária e pejorativa sobre Karina Milei, irmã do presidente argentino Javier Milei.
O desrespeito à mulher tem que ser combatido, seja ela de esquerda ou direita, seja ela brasileira ou argentina.
(Luciano Lima é historiador, jornalista e radialista)