Decisão de Alexandre de Moraes cala acusações da esquerda e reforça trajetória de Ibaneis como governador do DF
Nesta quarta-feira (5), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou definitivamente a investigação contra o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), por suposta omissão nos atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023. A decisão, que seguiu recomendação da Procuradoria-Geral da República (PGR), encerra um capítulo de dois anos de embates políticos e jurídicos, colocando um ponto final nas denúncias que a esquerda, segundo críticos, usou de forma “raivosa” para tentar desgastar o chefe do Executivo brasiliense. Mas o que esse desfecho revela sobre a política e a justiça no Brasil?
Ibaneis, em sua primeira reação, não escondeu a emoção: “Estou muito feliz com essa notícia! Sempre acreditei na justiça. Sou brasiliense, advogado e o primeiro governador nascido em Brasília. Tenho certeza de que sempre cuidei e cuidarei da minha cidade, que tanto amo. Defenderei sempre a democracia. É um momento de extrema felicidade. Agradeço a Deus”.
A declaração, feita horas após o anúncio do arquivamento, reflete o alívio de quem enfrentou um afastamento de 66 dias do cargo em 2023 e viu seu nome associado a um dos episódios mais polêmicos da história recente do país, sem que provas concretas sustentassem as acusações.
A investigação, iniciada logo após a invasão das sedes dos Três Poderes, buscava apurar se Ibaneis teria sido omisso ou conivente com os atos. O governador foi afastado por Moraes em 8 de janeiro de 2023, sob a alegação de falhas na segurança, mas retornou ao cargo em março daquele ano. Em fevereiro de 2025, a PGR, sob comando de Paulo Gonet, pediu o arquivamento, afirmando que a Polícia Federal (PF) não encontrou evidências de crime — Ibaneis colaborou com as apurações, entregou celulares e fez 36 ligações a autoridades no dia dos eventos para tentar conter o caos.
Moraes, ao acatar o pedido, enterrou de vez o inquérito, num movimento que aliados de Ibaneis celebram como “justiça feita”.
Para a esquerda, que há dois anos usa o 8 de janeiro como bandeira contra adversários, o arquivamento é um balde de água fria. Lideranças do PT e aliados de Lula, que chegaram a chamar Ibaneis de cúmplice de um suposto “golpe”, agora enfrentam o silêncio imposto por uma decisão técnica do STF.
O próprio presidente, em discursos passados, sugeriu responsabilidade do governador, uma narrativa que desmorona com a falta de provas. “A esquerda perseguiu Ibaneis de forma raivosa, tentando transformar uma mentira em verdade, mas a justiça prevaleceu”, dizem apoiadores do governador, ecoando um sentimento de vitória política em Brasília.
O desfecho fortalece Ibaneis às vésperas de 2026, quando entregará o governo à vice, Celina Leão, e poderá almejar voos maiores, como o Senado. Sua gestão, marcada por grandes obras, ganha fôlego com a absolvição judicial. Contudo, a oposição insiste que o arquivamento não apaga as falhas de segurança daquele dia, apontando dedos para o ex-secretário Anderson Torres, já denunciado, enquanto poupam críticas diretas a Moraes, que conduziu o caso com rigor desde o início.
O que fica é uma vitória pessoal para Ibaneis e um recado ao debate político: sem provas, acusações viram pó. Para os brasilienses, resta a esperança de que o primeiro governador nascido na cidade, como ele próprio destaca, siga cuidando de Brasília — agora, livre do peso de 8 de janeiro.